O Outubro Rosa é o mês de conscientização e combate do câncer de mama. No Brasil, estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), indicam que a doença será responsável por 52.680 novos casos até o fim do ano.
O movimento que dura o mês
inteiro busca alertar sobre os riscos e a necessidade de diagnóstico precoce
deste tipo de câncer, que é o segundo mais recorrente no mundo, perdendo apenas
para o de pele. Saiba quais são os fatores de risco envolvidos, como prevenir e
quais as principais estratégias de tratamento, conforme as informações do INCA.
Prevenção
Evitar a obesidade,
através de dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, é uma
recomendação básica para prevenir o câncer de mama, já que o excesso de peso
aumenta o risco de desenvolver a doença. A ingestão de álcool, mesmo em quantidade moderada,
é contra-indicada, pois é fator de risco para esse tipo de tumor, assim como a
exposição a radiações ionizantes em idade inferior aos 35 anos.
Ainda não há certeza da associação do uso de pílulas anticoncepcionais
com o aumento do risco para o câncer de mama. Podem estar mais predispostas a
ter a doença mulheres que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de
estrogênio, que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram
anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A prevenção primária dessa neoplasia ainda não é totalmente possível
devido à variação dos fatores de risco e as características genéticas que estão
envolvidas na sua etiologia.
Autoexame das Mamas
O INCA não estimula o autoexame das mamas como método isolado de
detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela
própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o
conhecimento do próprio corpo.
Evidências científicas sugerem que o autoexame das mamas não é eficiente
para a detecção precoce e não contribui para a redução da mortalidade por
câncer de mama. Além disso, traz consequências negativas, como aumento do
número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames
falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente
positivos. Portanto, o exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o
exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro)
qualificado para essa atividade.
Sinais e Sintomas
Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou
retrações, inclusive no mamilo, ou aspecto semelhante a casca de laranja.
Secreção no mamilo também é um sinal de alerta. O sintoma do câncer palpável é
o nódulo (caroço) no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem também
surgir nódulos palpáveis na axila.
Embora a hereditariedade seja responsável por
apenas 10% do total de casos, mulheres com história familiar de câncer de mama,
especialmente se uma ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmãs) foram
acometidas antes dos 50 anos, apresentam maior risco de desenvolver a doença.
Esse grupo deve ser acompanhado por médico a
partir dos 35 anos. É o profissional de saúde quem vai decidir quais exames a
paciente deverá fazer. Primeira menstruação precoce, menopausa tardia (após os
50 anos), primeira gravidez após os 30 anos e não ter tido filhos também
constituem fatores de risco para o câncer de mama.
Mulheres que se encaixem nesses perfis também
devem buscar orientação médica. As formas mais eficazes para a detecção precoce
do câncer de mama são o exame clínico e a mamografia.
Exame Clínico das
Mamas (ECM)
Quando realizado por um médico ou enfermeiro treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. Deve
ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
Mamografia
A mamografia
(radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer, ao mostrar lesões
em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada
dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
É realizada em um
aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de
forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de
diagnóstico. O desconforto provocado é suportável.
Lei 11.664, de 2008
Ao estabelecer que
todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é
estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações
divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para
rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.