O ano começou mal para a saúde de Crateús. Além das inúmeras dificuldades que já afligem a população crateuense, o município perdeu quatro profissionais médicos em 2013.
Insatisfeitos com a remuneração e a precariedade das condições de trabalho nas unidades de saúde do município, Ricardo Cesar Goncalves de Mendonca (médico do PSF da Localidade de Queimadas), Tiago Cesar Araujo Novais (médico do PSF do Distrito de Ibiapaba), Ivna de Andrade Leitao (médica do PSF do Bairro Venâncios I) e Rejane Silveira Resende (médica do PSF do Distrito de Lagoa das Pedras) transferiram-se para municípios vizinhos.
A falta de diálogo por parte da administração municipal, que nem sequer negociou com os profissionais, foi determinante para a debandada em massa da categoria médica.
A saúde de Crateús está em crise, que pode ser agravada com a saída de outros profissionais.
Além da perda de capital humano (inestimável), o prejuízo também pode ser financeiro. De acordo com a Portaria No 2.027/2011 do Ministério da Saúde, a ausência de um profissional da equipe de saúde da família por período superior a 60 (sessenta) dias implica na suspensão total dos recursos repassados à unidade.
Portanto, o município tem dois meses para contratar novos profissionais e evitar o corte de verbas para as equipes.
Além das unidades mencionadas, os PSF's Caic II, do Bairro Venâncios II, do Distrito do Poty e do Distrito do Monte Nebo também estão sem médico.
A ausência do médico na equipe de saúde da família compromete severamente a qualidade dos serviços e resulta em inúmeros transtornos à população usuária do SUS, inclusive com riscos à vida do paciente.
Além da emissão de receita de medicamentos de controle especial, na falta do médico, a população também é privada da solicitação de inúmeros exames, como a mamografia, do encaminhamento para especialidades médicas que não são oferecidas no município e até da emissão de declaração de óbito.
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