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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Dono de boate diz que operava legalmente e critica bombeiros


Advogado diz que o proprietário atuou pessoalmente nas ações de resgate após incêndio na Kiss, que define como "operação de salvamento desastrosa"

Passeata de moradores de Santa Maria pede punição aos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss - Lauro Alves/Agência RBS

O advogado de Elissandro Spohr, o Kiko, dono da boate Kiss, defendeu a operação do estabelecimento e garantiu que não havia sistema de vigilância dentro do ambiente. Representando seu cliente, Jader Marques fez duras críticas à atuação dos bombeiros na tragédia que matou 235 pessoas em Santa Maria. Segundo ele, Kiko atuou na tentativa de que as pessoas saíssem do estabelecimento em chamas, enquanto tentava buscar a mulher, grávida, que estava no interior da boate quando o incêndio começou. 
O Kiko permaneceu naquela operação de salvamento desastrosa, ineficiente e inoperante feita pelos bombeiros naquele momento. "Vocês notaram nas imagens se os bombeiros estavam com as máscaras e os equipamentos devidos? Não. Mais grave do que a falta de equipamento e preparo a que esses heróis são submetidos ao risco em todo o nosso país, é que eles próprios usam os civis nas tentativas de resgate", afirmou.
Marques ainda negou ter havido obstrução das portas. "O Kiko queria ir ao encontro da mulher. Esse é o momento de maior desespero dele. Ele queria entrar, mas queria que as pessoas saíssem", conta. O advogado comentou também que teria ocorrido uma briga logo antes do incêndio e que Kiko teria atuado diretamente na remoção dos envolvidos e estaria na entrada da boate quando a gritaria começou. "O máximo que pode ter ocorrido é que algum segurança pode ter perguntado o que estava acontecendo e ter achado que era parte da confusão anterior", destacou. 
Marques apresentou à imprensa diversos documentos do estabelecimento, incluindo o alvará de funcionamento. Ele acrescenta que a boate já teria solicitado a renovação do documento de autorização concedido pelos bombeiros e aguardava a fiscalização. A casa passou por diversas reformas, admite, mas atendia a um termo de ajuste de condutas do Ministério Público para adaptação em relação ao isolamento acústico, garante o advogado. Foi para obedecer a essa norma que o empresário colocou no teto a espuma que queimou e formou a fumaça tóxica que matou a maior parte das vítimas por asfixia. Ele não descartou a possibilidade de a espuma ter sido colocada após a vistoria do MP, mas ressalvou que seu cliente agiu sob a recomendação de um engenheiro e que as intervenções foram realizadas por empresas contratadas.
FONTE: Luís Bulcão, de Santa Maria - Veja
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