Em comunicado oficial, ministro das Comunicações da Venezuela relata uma nova complicação no delicado estado de saúde do presidente do país
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está internado há mais de vinte dias em Havana (Jorge Silva/Reuters)
A uma semana da data marcada para a cerimônia de posse de seu novo mandato, o presidente reeleito da Venezuela Hugo Chávez enfrenta novas complicações em seu estado de saúde. Em um comunicado oficial veiculado na televisão do país, o ministro das Comunicações Ernesto Villegas informou que Chávez sofre de insuficiência respiratória provocada por uma "severa infecção pulmonar".
"O comandante Chávez enfrentou complicações como consequência de uma severa infecção pulmonar", afirmou Villegas. "Esta infecção derivou em uma insuficiência respiratória que requer do comandante Chávez um estrito cumprimento do tratamento médico." No pronunciamento, Villegas também acusou a imprensa internacional de realizar uma "guerra psicológica" sobre a saúde do governante, com o objetivo de "desestabilizar a Venezuela".
O caudilho venezuelano está internado em Cuba há mais de vinte dias, desde que foi submetido a uma delicada operação contra um câncer na região pélvica. Foi a quarta intervenção cirúrgica desde que a doença foi diagnosticada em junho do ano passado. Chávez anunciou a volta do câncer em um pronunciamento no início de dezembro e indicou o vice, Nicolás Maduro, como seu sucessor caso não tenha condições de tomar posse.
Retorno da cúpula chavista - Na noite de quinta-feira, Maduro e o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, voltaram à Venezuela após uma viagem a Cuba para acompanhar a recuperação de Chávez. Maduro, que esteve duas vezes com o presidente venezuelano em Havana, profetizou o retorno do coronel "mais cedo do que tarde" e afirmou que Chávez "está consciente da batalha que está realizando" contra a doença.
O retorno de Maduro e Cabello acontece às vésperas de uma importante votação na Assembleia Nacional, agendada para o sábado. Na data, o Parlamento deverá se reunir para eleger sua cúpula em uma sessão que será determinante para o futuro do país. Isso porque, se Chávez não tomar posse no dia 10, o chefe do legislativo tomará posse interinamente até a realização de novas eleições.
A imprensa venezuelana especula que Cabello poderia permanecer na chefia do Parlamento ou passar o cargo para Blanca Fekhout. Na segunda hipótese, ele ficaria livre para apoiar o vice-presidente Maduro em uma futura campanha presidencial - o que não poderia fazer se assumisse a Presidência.
Maduro aproveitou os holofotes nesta quinta para refutar os boatos sobre uma disputa interna na cúpula chavista diante da possibilidade de uma transição de poder. "Nós estamos aqui hoje unidos mais do que nunca, com a maior lealdade que se conheceu na história da nossa pátria junto ao comandante Chávez e ao nosso povo", garantiu.
Nas mãos do irmão - Outro membro da cúpula do governo a participar da viagem a Cuba foi o irmão mais velho do presidente, Adán Chávez, governador do estado de Barinas. O jornalista Nelson Bocaranda, que mantém o blog RunRun.es, divulgou em sua conta no Twitter que está nas mãos de Adán a decisão sobre manter ou não em funcionamento os aparelhos que estariam mantendo Chávez vivo. Foi Bocaranda quem primeiro revelou o câncer do governante, mas nem sempre o blog acerta: já anunciou, por exemplo, a morte de Fidel Castro.
FONTE: Veja (com agências EFE e France-Presse)
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