Ceará e Rio Grande do Norte foram os estados que mais receberam os grãos, pelo programa federal da Conab.
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Armazéns da Conab no interior, como em Icó, receberam toneladas de milho ao longo do segundo semestre do ano passado. Em algumas regiões, a quantidade foi insuficiente FOTO: HONÓRIO BARBOSA |
Crateús. Mais de 181 mil toneladas de milho foram destinadas ao Programa de Vendas em Balcão, desde junho, para atender a criadores rurais e agroindústrias de pequeno porte da Região Nordeste, do norte do Espírito Santo e de Minas Gerais. A informação foi dada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nos últimos dias de 2012. Por meio do programa, os criadores adquirem o produto, usado para ração animal, com preços abaixo dos de mercado, auxiliando nos efeitos da estiagem.
De acordo com balanço da Conab, das 350,3 mil toneladas de milho contratadas, restam quase 169 mil para serem embarcadas. As entregas dos lotes do produto, oriundo de Mato Grosso, estão suspensas desde o último dia 14, em função do período de férias coletivas nas transportadoras e do fechamento de balanço dos armazéns privados. A previsão do governo é que sejam retomadas a partir de 7 de janeiro.
Com a falta de água e de alimentos, os pequenos agricultores vêm contabilizando perdas frequentes nos rebanhos da região. No Ceará as áreas mais castigadas são os sertões dos Inhamuns/Crateús e Sertão Central.
No período de junho a dezembro, os estados que mais receberam lotes do milho foram o Ceará (41,8 mil toneladas) e o Rio Grande do Norte (33,3 mil). Em seguida aparecem Piauí (22,1 mil), Paraíba (20,7 mil), Bahia (18,6 mil), Pernambuco (15 mil), Alagoas (7,5 mil), Espírito Santo (6,7 mil), Maranhão (6,1 mil), Minas Gerais (4,8 mil) e Sergipe (4,3 mil).
Outros estados também foram atendidos com portarias interministeriais para entrega de milho pelo Programa de Vendas em Balcão no período de seca, como o Rio Grande do Sul, que recebeu 37,7 mil das 41,3 mil toneladas contratadas, e Santa Catarina, com 44,7 mil das 49,1 mil toneladas.
Aumento
Ainda segundo o balanço da Conab, desde junho, foram comercializadas 234,3 mil toneladas de milho por meio do Programa de Vendas em Balcão, tendo sido registrado apenas na Região Nordeste aumento de 51,8 mil toneladas para 219,5 mil toneladas após a decretação da emergência. De acordo com o órgão, as vendas com os preços vigentes no balcão especial continuarão até 28 de fevereiro, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União do último dia 27.
O grão para a alimentação animal tem sido vendido pela Conab ao preço de R$ 18 por saca de 60 quilos. O valor é bastante acessível aos criadores, tendo em vista que os preços praticados no mercado chegam a R$ 45, a saca grande.
Contra a seca
O governador Cid Gomes anunciou um pacote de R$ 5,6 bilhões em ações estruturantes e de convivência com a seca. O anúncio foi feito no dia 28 de dezembro, em solenidade realizada pela Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), no Parque de Exposições Governador César Cals. Cid anunciou a construção da primeira etapa do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que terá investimento de R$ 1,6 bilhão. Outra ação destaca pelo governador na área de segurança hídrica foi a conclusão do trecho 5 do Eixão das Águas, com investimento total de R$ 333,2 milhões.
As ações anunciadas pelo governador destacam ainda a construção de sistemas simplificados de abastecimento de água, sistemas tradicionais de abastecimento de água, construção de cisternas de placas, barragem, adutoras e conclusão da segunda etapa da Estação de Tratamento de Ágia (ETA) Oeste.
A construção de 33.400 cisternas de placas e 7.800 quintais produtivos com cisternas de produção, beneficiando mais de 90 municípios com investimento superior a R$ 130 milhões também entraram no pacote.
Foram divulgados ainda três novos editais para obras por meio do Projeto São José III para investimento em sistemas de abastecimento d´água, esgotamento sanitário e projetos produtivos, contemplando as cadeias produtivas da ovinocaprinocultura, apicultura, piscicultura e agricultura irrigada.
FONTE: SILVANIA CLAUDINO/Diário do Nordeste