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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Crateús: MP realiza audiência pública para discutir risco de falta d'água


Crateús. O Ministério Público realizou na manhã de ontem (6/2) uma audiência neste município para discutir a questão do abastecimento de água. Uma das medidas tomadas pelo promotor de Justiça, Hugo Frota Magalhães Porto Neto é a convocação nos próximos dias dos proprietários de terras que realizam irrigações no entorno do Açude Carnaubal, reservatório que abastece a cidade. O objetivo é estimular o uso racional da água pelos irrigantes a fim de prolongar pelo maior tempo possível a água ainda existente no reservatório.
FOTO: Silvânia Claudino
“Crateús é uma cidade polo, que tem uma representatividade e passar por esse dissabor de chegar a faltar (água) em pleno século XXI é preocupante. Convoquei (a audiência pública) para conhecer a real situação do reservatório e as possibilidades que existem para equacionar o problema. Os irrigantes serão ouvidos e veremos caso a caso a fim de racionalizar o uso da água”, destacou Hugo Frota.
A reunião aconteceu na sede da Promotoria de Justiça, com a presença de engenheiros e técnicos da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), a comissão gestora do açude e a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), e ainda do prefeito Carlos Felipe e de secretários municipais.
O açude Carnaubal, que abastece a cidade está com apenas 9,5% da capacidade, o que aumenta a chance de falta d´água. Os técnicos da Cagece e Cogerh apresentaram informações sobre as ações e o planejamento para impedir o desabastecimento de água ao promotor. O objetivo do MP é acompanhar a situação, especialmente por conta do atual quadro de seca.
De acordo com estudos realizados pela Cogerh e Cagece, a previsão é que a cidade tenha água do reservatório até o mês de abril e, a partir daí, a Cagece tenha que partir para o bombeamento a fim de manter o abastecimento de água para a população urbana. Caso a quadra invernosa não ocorra a ponto de recarregar o reservatório, a projeção dos técnicos é que abasteça a cidade até o mês de setembro. Daí em diante, a cidade pode passar a ser abastecida por carros-pipas.
Para o prefeito Carlos Felipe, a situação é muito complicada e a solução definitiva é a construção do Açude Fronteiras, cuja obra se encontra em andamento. “O Fronteiras será a nossa redenção hídrica e está em andamento, mas emergencialmente nos preocupamos com a situação e a reunião foi positiva porque agora temos as informações técnicas. As soluções são a perfuração de poços, que já estamos fazendo e o uso racional da água para que possamos estender ao máximo a água do reservatório”, analisa Felipe.
O promotor encarregou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para fazer essa semana um levantamento do número de lava-jatos na cidade e o uso da água por esses estabelecimentos, a fim de racionalizar o uso.
Economia
De acordo com a Cogerh, o uso racional da água pelos irrigantes e a retirada de bombas potentes no entorno do reservatório fará uma economia grande de água, que prolongará o abastecimento em um mês.
O órgão informou que a situação é ainda mais grave por conta da falta de uma adutora no açude e que desde 2010 o Carnaubal não teve uma boa recarga, devido às poucas chuvas. Sangrou em 2008 e 2009 e em 2011 pegou pouca água, daí o agravamento com a estiagem de 2012. O pedido para a construção de uma adutora foi feito pelo órgão e também pela Prefeitura ao Governo do Estado.
FONTE: Silvânia Claudino, repórter do Diário do Nordeste
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