A popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) é sem precedentes. Consegue superar até os índices daquele que foi considerado pela historiografia recente como o mais popular dos presidentes brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A dois anos do fim de seu mandato, Dilma passeia por essa popularidade, apoiada por ampla base parlamentar e oposição quase inexistente. Para quem acha, porém, que essa maioria nas duas casas legislativas federais – Câmara dos Deputados e Senado - é a garantia de tranquilidade para a presidente na segunda metade de seu mandato, se engana. 
É justamente nesse leque aberto de apoios que Dilma pode estar enfrentando grande risco para a sua sucessão. Em 2013, entre debates de temas polêmicos, a presidente terá pela frente desafios importantes na agenda legislativa, como a votação da distribuição dos royalties do petróleo, as novas regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
A partir dessa agenda, parte do restante de seu mandato se definirá. O complicador reside na possibilidade de Dilma vir a se tornar refém de sua própria base, que tem no PMDB o principal elemento. O partido, que não tem nomes fortes para concorrer à presidência, é hoje detentor dos cargos de vice-presidente do País, na figura de Michel Temer, de presidente da Câmara dos Deputados, com Henrique Eduardo Alves, além de presidente do Senado Federal, com o nome de Renan Calheiros.
Não bastando isso, historicamente, o partido não consegue ser fiel nem mesmo a seus caciques. Nomes importantes do PMDB como Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Pedro Simon (PMDB-RS) são eternos rebeldes dentro de uma legenda que se diferencia mais por posicionamentos regionais do que mesmo nacionais. Contra esse perfil que caracteriza o principal aliado do governo é que a presidente terá que conviver até o final do seu mandato. Perfil este que não nega o apetite fisiologista por cargos, utilizando como instrumento a barganha política.
Para além do PMDB, Dilma também começa a enfrentar o impasse que surge após as declarações do presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, até então aliado, sobre seu desejo de compor chapa presidencial no próximo ano. Diante dessas circunstâncias, O POVO tenta discutir como deverá se comportar a presidente Dilma frente ao Congresso Nacional em 2013, ano que antecede a disputa para a Presidência em 2014.
FONTE: Ranne Almeida, de O Povo