Bancada cearense ainda não tem definição sobre a PEC 37

Apesar de todo o debate e da movimentação gerados em torno da PEC 37, deputados federais cearenses ouvidos pelo O POVO ainda não têm uma posição definida quanto à proposta. Mais que isso, alguns disseram estar pouco cientes da matéria, mesmo com a relevância que ela tem. Enquanto isso, informações de bastidores dão conta de que, se a votação na Câmara fosse hoje, a PEC seria aprovada.

“Não conheço muito o teor da matéria, só vi pelos jornais”, afirma José Airton (PT). Ele diz não lembrar de uma única vez em que a PEC tenha sido discutida em reuniões da bancada e afirma que vai aguardar a orientação do partido sobre a questão.

Paulo Henrique Lustosa (PMDB), que está no cargo apenas de passagem, também diz que está acompanhando “mais pelos jornais do que pela matéria propriamente dita”. Ele afirma que também não tem posição definida. Porém, adianta sua consideração de que “há muitos casos em que o Ministério Público extrapola sua competência”. Arnon Bezerra (PTB) é outro que também não definiu posicionamento.

Na mesma situação está Danilo Forte (PMDB). O deputado pondera que o pouco engajamento da bancada se deve à polarização das atenções na derrubada do veto dos royalties do petróleo, votados na semana passada. Já Artur Bruno (PT), se declara abertamente contrário à PEC e diz acreditar que a maior parte da bancada cearense terá a mesma posição.

A assessoria do coordenador da bancada cearense, Antônio Balhmann (PSB) informou que ele estava em viagem à China. Até o fechamento desta página, o parlamentar não havia respondido ao e-mail com os questionamento. O procurador-geral Ricardo Machado diz que, nos próximos dias, vai iniciar conversas individuais com cada parlamentar.

A PEC aguarda votação em dois turnos no plenário. Não há data prevista para a votação. Caso passe na Câmara, a proposta segue para votação no Senado. Em 2011, o site Congresso Em Foco mostrou que um quintos dos deputados federais respondiam a processos no Supremo Tribunal Federal, grande parte resultante de investigações do MP. 

FONTE: Marcos Robério - O Povo