Gallery

domingo, 26 de maio de 2013

Crianças entre 3 e 5 anos já pensam em números e texto, mostram pesquisas

Pesquisas comprovam que crianças já pensam em números e em textos a partir dos três anos de idade. Com base nessas descobertas, a Fundação Victor Civita (FVC), em conjunto com especialistas em Educação Infantil, se debruçou sobre o tema sugerindo propostas para ampliar os conhecimentos dos pequenos.
Segundo a coordenadora pedagógica da FVC, Regina Scarpa, os professores dessa etapa de ensino podem desenvolver atividades aproveitando as habilidades dos alunos.
“Educação Infantil não é só brincadeira”, enfatiza Regina. Para a educadora, felizmente tem-se investido muito no Ensino Fundamental, mas é preciso que se dedique maior esforço à Educação Infantil. “Desde que nascem, as crianças começam a aprender – e elas não pedem licença”.
As conclusões dos estudos demonstram que não se deve subestimar nem superestimar o aluno. “Hoje, há duas perspectivas no Ensino Infantil: uma trabalha apenas com brincadeiras e a outra funciona semelhante a um curso preparatório para o primeiro ano do Fundamental”, explica Regina. “Nós acreditamos no caminho do meio, uma Educação Infantil onde a criança possa aprender brincando”.

Segundo ela, abordagens equivocadas, que se distanciam da forma de pensar da criança, podem dificultar a aprendizagem. “Quando uma escola, por exemplo, obriga a criança a fazer cópias e cópias de textos sem que ela saiba ler, há o risco de a escola perder o sentido para a criança, já que ela faz aquilo que não entende”, elucida a coordenadora.

Conhecimento no cotidiano
De acordo com os estudos considerados pela FVC, como o das pesquisadoras e educadoras argentinas Susana Wolman e Claudia Molinari, as crianças pequenas demonstram formas originais para se relacionar com a escrita de algarismos e palavras. Dentre os exemplos apresentados por Claudia, estão o registro das vogais e o número mínimo de letras que uma palavra deve conter, na concepção delas. No início do processo de alfabetização, as crianças associam a escrita a fonemas vocálicos. Ao ouvir uma palavra e tentar escrevê-la, elas acreditam que devem representar a palavra por meio desses fonemas. Ao mesmo tempo, as crianças também demonstraram acreditar que palavras escritas devem apresentar no mínimo três letras. Quando solicitada a um grupo de crianças a escrita da palavra “ovelha”, registros podem ser feitos, por exemplo, apenas com as letras A, E e A.
Para Regina Scarpa, tal compreensão de tais concepções das crianças é necessária para nortear os profissionais da Educação Infantil na criação de atividades adequadas.

Segundo as pesquisas, compreender o uso dos algarismos – ou seja, o que eles representam – e desenvolver a leitura e a escrita são processos de longa construção para as crianças e requerem muita atenção.

Os estudos atestaram também que as crianças relacionam a escrita e os números com a língua falada e observam regularidades que usam como apoio para se desenvolver. Por isso, podem, por exemplo, escrever números antes de saber contar ou uma legenda sem conhecer as letras de forma convencional.
“As crianças estão em contato com os números no dia a dia e pensam sobre isso. Elas observam a língua falada para fazer a parte escrita. Se você pedir que ela escreva quatro mil, algumas marcarão 4 e 1000, pois é o que elas identificam na oralidade”, comenta Regina.
A coordenadora salienta que, para desenvolver a capacidade das crianças, é essencial que os professores introduzam atividades que estejam relacionadas ao cotidiano das crianças – por exemplo, pedindo que o aluno conte os pontos em um jogo ou que dê os preços de mercadorias no supermercado. Em relação à escrita, a criança pode ser incentivada a escrever bilhetes, ainda que não esteja totalmente alfabetizada. “É possível auxiliar no desenvolvimento das habilidades infantis com números e textos deixando que elas escrevam do modo que elas imaginam”, orienta.
A forma de aprender no Ensino Infantil é diferente, comenta Regina. “Um bebê fala do jeito dele, com seus erros e ninguém pode obrigá-lo a falar de outro jeito. Com a escrita e os números em relação às crianças é a mesma coisa. Os professores precisam servir de interlocutores esclarecidos entre as crianças e suas dúvidas.”

FONTE: Todos Pela Educação

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :

Postar um comentário