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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Brasil exportará vacina contra sarampo e rubéola

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, nesta segunda-feira (28), parceria para a produção, desenvolvimento e exportação da vacina que protege contra a rubéola e o sarampo. O acordo entre a Fundação Bill & Melinda Gates e o laboratório Bio-Manguinhos/Fiocruz, ligada ao Ministério da Saúde, foi celebrado durante o 9º Encontro Grand Challenges, no Rio de Janeiro. A previsão de exportação é de 30 milhões de doses a partir de 2017.

Esta é a primeira vez que o Brasil produz vacina para a exportação usando tecnologia inteiramente nacional em todas as fases do processo. Esta vacina será desenvolvida na nova planta em Santa Cruz (RJ), que também irá produzir os imubiológicos contra poliomielite, febre amarela e tríplice viral (caxumba, sarampo e rubéola). A previsão de entrega da fábrica é 2016.  A iniciativa vai contar com US$ 1,1 milhão da Fundação Bill & Melinda Gates.

Durante a cerimônia de abertura do evento, o ministro Alexandre Padilha, explicou que o acordo com a Fundação Bill e Melinda Gates irá proporcionar ao Brasil mais investimentos e garantias de compra para aumentar a produção. “ Este acordo possibilita que o Brasil ocupe o mercado global, oferecendo preços reduzidos. Com estes investimentos estaremos capacitados,  já em 2014, a estudar e registrar a vacina nos países africanos”, afirmou Padilha, lembrando que o país já erradicou o sarampo em 2000 e a rubéola em 2009.

“Agora estamos nos preparando para oferecer vacinas a outros países do mundo”, acrescentou. O ministro ressaltou ainda que esta vacina poderá ser comprada pela indústria internacional, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por fundos privados, como a Fundação Bill e Melinda Gades, que poderão adquirir estes imubiológicos para oferecer aos países mais necessitados.

O Secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, disse que o orçamento do Ministério na área do investimento, produção e inovação quadruplicou nos últimos anos. “Temos recursos de R$ 2 bilhões à área de inovação e pesquisa para os próximos quatro anos que conta com investimentos do FINEP, BNDES e participações privadas, envolvendo vacinas, materiais médicos e novos equipamentos”, explicou o secretário.

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, explicou que a instituição tem hoje a possibilidade de ampliar a demanda no mercado nacional, além de sua participação no mercado Global, especialmente para os países em desenvolvimento.

“Devemos destacar a importância da produção da vacina contra o sarampo e a rubéola, que só tem um fabricante no mundo. Por questão de segurança, é muito importante que se diversifique a fabricação da vacina e a custos mais acessíveis”, ressaltou o presidente de Saúde Global da Fundação Gates, Trevor Mundel.

ENCONTRO - Pela primeira vez um país da América do Sul sedia o Encontro Grand Challenges. O evento é uma oportunidade de colaboração científica entre grupos de pesquisadores para discutir soluções inovadoras e de impacto à saúde, reunindo aproximadamente 600 cientistas do mundo no Rio de Janeiro. As edições anteriores foram realizadas em Seattle, Washington; Cidade do Cabo, África do Sul; Bangkok, Tailândia;Arusha, na Tanzânia; Delhi, na Índia, e mais recentemente, em Ottawa, Canadá.

PRODUÇÃO – O laboratório Bio-Manguinhos, da Fiocruz, foi escolhido para receber o aporte por já ter experiência acumulada desde 2003 na produção da tríplice viral, em acordo de transferência de tecnologia com a GlaxoSmithKline (GSK). A tríplice é usada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e nas campanhas de vacinação brasileiras. O Brasil produz atualmente 96% das vacinas fornecidas à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Bio-Manguinhos já exporta vacinas para 75 países no mundo. Em 2012, foram exportados 10 milhões de doses de vacinas de febre amarela e meningocócica. Com estas duas novas vacinas, a expectativa é dobrar as exportações. Os testes clínicos deverão ser iniciados em 2014, mas a vacina será disponibilizada ao mercado em 2017, podendo atender também aos países da Ásia e América Latins, pela Aliança GAVI e órgãos das Nações Unidas.

FONTE: Agência Saúde
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