O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil
De acordo com o INCA, anualmente, a doença faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Em 2010, matou 4.986 mulheres no Brasil. A estimativa de novos casos para este ano é de 17.540.
O câncer do colo do útero demora muitos anos para se desenvolver. As lesões que podem desencadear esse tipo de câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar à formação desse tipo de tumor é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV. Também são fatores de risco (secundários) para a doença: alta paridade (muitos partos), grande número de parceiros, idade no primeiro coito, baixo nível socioeconômico e tabagismo.
A prevenção do carcinoma cervical, portanto, tem início com a educação sexual, orientando-se o uso correto de preservativos, desmotivando a promiscuidade sexual e o início precoce da atividade sexual com vistas a diminuir os riscos de infecção pelo HPV.
A prevenção da infecção pelo HPV também pode ser feita por meio de vacina, de alto custo e ainda não disponível na rede pública. A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS)
aprovou no último dia 12 de setembro um projeto de lei que propõe a aplicação de
vacinas contra o HPV em meninas entre nove e 13 anos
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta agora será analisada pela Câmara
dos Deputados.
As vacinas não protegem contra todos os
subtipos do HPV. Sendo assim, o exame preventivo deve continuar a ser feito
mesmo em mulheres vacinadas.
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou ou 'prevenção', como é popularmente conhecido) é a
principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da
doença. O exame pode ser feito por profissional médico ou enfermeiro em postos ou unidades de saúde da rede pública. É fundamental que os serviços de saúde
orientem sobre o que é e qual a importância do exame preventivo, pois sua
realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero.
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame
preventivo periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos.
Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com
um intervalo de um ano) apresentarem resultado normal, o preventivo pode passar
a ser feito a cada três anos.
Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais
(mesmo com camisinha) nos dois dias anteriores ao exame; evitar também o uso de
duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas
anteriores à realização do exame. É importante também que não esteja
menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o resultado.
Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo para sua
saúde ou a do bebê.
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos. Mas não existe tratamento tão eficaz quanto a prevenção. Portanto, mulheres, previnam-se!