A cúpula do PT deve divulgar na quinta-feira, primeiro de novembro, um manifesto com críticas incisivas ao que chama de "politização" do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal. A primeira versão da nota, a ser submetida à Executiva Nacional do partido, diz que "teses" construídas pelo STF abandonam a cultura do direito penal que garante as liberdades individuais. O documento preliminar afirma, ainda, que houve pressão da mídia para influenciar o resultado do julgamento.
O PT só esperava o fim das eleições para sair em defesa dos réus do partido. O STF condenou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares por corrupção ativa e formação de quadrilha, mas ainda não fixou as penas. Além deles, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro e teve de desistir da candidatura a prefeito de Osasco.
Embora o estatuto do partido determine a expulsão de filiados condenados pela Justiça, o PT vai descumprir sua própria regra interna e não aplicará a norma no caso dos réus do mensalão. Dirigentes do partido alegam que Dirceu, Genoíno, Delúbio e João Paulo são "prisioneiros políticos" de um "tribunal de exceção".
O presidente do PT, Rui Falcão, defende ainda que os mensaleiros condenados sejam mantidos em liberdade. O Código Penal brasileiro determina que condenados a penas superiores a oito anos devem cumpri-las inicialmente em regime fechado. Rui justifica sua posição afirmando que "todos eles têm serviços prestados ao País".
FONTE: Veja/Estadão