Medicamento utilizado no tratamento do diabetes tem fornecimento irregular desde o ano passado. Em algumas unidades, o estoque já está zerado
Unidades básicas de saúde de Crateús apresentam escassez de insulina em seus estoques. O medicamento é utilizado no tratamento de pessoas portadoras de diabetes que não apresentam resposta satisfatória apenas com o uso de antidiabéticos orais (comprimidos) ou mudanças nos hábitos de vida. Sem acesso gratuito ao remédio, alguns pacientes já o estão comprando.
O assunto foi discutido nesta quinta-feira (17), durante o planejamento das ações da Programação Anual de Saúde do município.
De acordo com a Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) do município, a compra de medicamentos da Atenção Básica é centralizada, sendo operacionalizada pela COASF (Coordenadoria de Assistência Farmacêutica), órgão da Secretaria de Saúde do Estado, mediante a contrapartida das três esferas de governo (tripartite).
No caso da insulina, segundo a CAF, a aquisição é feita diretamente pelo Ministério da Saúde. A COASF apenas repassa o medicamento aos municípios cearenses.
De acordo com a Coordenação de Imunização da Secretaria de Saúde de Crateús, setor responsável pela dispensação da insulina aos postos de saúde municipais, apenas 40% da quantidade de frascos necessária ao atendimento da demanda foram repassados ao município.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Humberto César Frota Gomes, o problema ocorre desde o segundo semestre do ano passado e o município já precisou comprar o medicamento em duas ocasiões para evitar o desabastecimento.
Como pode haver risco de vida para alguns pacientes, em caso de interrupção do uso da insulina, a proposta do secretário é que o município adquira o medicamento com recursos próprios e faça um estoque regulador, a fim de prevenir solução de continuidade no fornecimento.
Com a falta de insulina nos postos de saúde municipais, os pacientes que necessitam do medicamento podem adquiri-lo gratuitamente em farmácias credenciadas no Programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, apresentando o CPF, um documento com foto e a receita médica válida (validade de 120 dias). Contudo, nas unidades sem médico, a única alternativa para alguns clientes tem sido a compra, já que não há como obter a prescrição médica.