Nesta terça-feira, 30 de abril de 2013, os fazendários do Ceará paralisaram suas atividades como forma de pressionar o secretário da Fazenda, Mauro Filho, a acelerar o envio do projeto de Redenominação e Nível Superior à Assembleia Legislativa do Ceará. Os servidores já não suportam mais a postergação do projeto, que continua na Procuradoria-Geral do Estado e sequer foi assinado pelo governador Cid Gomes.
Os fazendários paralisaram mais de 95% das unidades da Sefaz, inclusive os maiores postos fiscais de fronteira. A ampla adesão da categoria, inclusive dos novatos, demonstra a relevância do pleito. Nem mesmo a tentativa de intimidação de alguns coordenadores, que solicitaram previamente o nome das pessoas que iriam aderir à paralisação, arrefeceu os ânimos dos servidores. “O que é o desconto de um dia de trabalho diante do ganho que vamos ter com a aprovação dos nossos projetos?”, reforçaram alguns deles, durante o movimento paredista.
Não se percebeu diferença entre a disposição de luta dos servidores antigos e novatos, o que demonstrou o nível de maturidade de todos os servidores da Sefaz, que não se permitem intimidar com ameaças nem se deixam influenciar com argumentos vazios. A decisão da categoria tomada em assembleia foi acatada e respeitada espontaneamente por todos.
Em todo o Estado, o movimento ocorreu de maneira organizada e pacífica. Na Cexat Joaquim Távora, os servidores se dirigiam até os carros que estacionavam na frente da unidade e anunciavam a paralisação, evitando que o contribuinte descesse e tivesse que enfrentar a chuva.
Quem chegou ao Cexat Messejana, mesmo antes do inicio do expediente, foi informado sobre a paralisação e deixou o local. Durante todo o dia os servidores explicavam os motivos do movimento e davam a orientação necessária para que o contribuinte pudesse retornar na quinta-feira.
A mesma situação foi encontrada na Cefit. Com as portas fechadas, servidores do lado interno avisavam aos contribuintes sobre a paralisação dos serviços. Nenhuma entrada ou saída, nem mesmo no setor de despachos. “O servidor não quer saber de paralisação. Nós não gostamos disso, mas foi inevitável. Se tivéssemos sido atendidos, não precisaríamos paralisar”, afirmaram os colegas da Cefit.
Prédio fechado também na Cexat Parangaba. Faixas e cartazes na entrada indicavam o movimento paredista. “A adesão ao movimento é um direito que nós temos diante de uma reivindicação justa. Independente do corte de ponto, nós temos o direito de lutar por aquilo que nos é devido e pelo qual já esperamos muito”, destacaram os servidores da Parangaba.
A grande adesão dos colegas dos postos fiscais também demonstra o nível de conscientização da categoria. A partir da meia-noite, os fazendários suspenderam a fiscalização e iniciaram a orientação aos motoristas de caminhões e carretas. No posto fiscal de Tianguá, por exemplo, o scanner foi desligado.
Com a paralisação de hoje, os fazendários do Ceará demonstraram, mais uma vez, o seu poder de organização e luta.
FONTE: Sintaf
