A população de Novo Oriente, distante cerca de 397 Km de Fortaleza, saiu na manhã desta quinta-feira (20) às ruas para protestar contra a decisão do governo estadual, através da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos-Cogerh, de transpor quase metade do volume armazenado no reservatório Flor do Campo, que abastece Novo Oriente, Quiterianópolis e o distrito de Santa Tereza, em Tauá, para o açude Carnaubal, em Crateús, sem adutora. O plano da Companhia é simplesmente despejar cerca de 7 milhões de metros cúbicos de água no leito seco do rio Poty, que conduzirá o líquido que resistir aos efeitos da infiltração no solo e da evaporação até o reservatório crateuense.
O povo não concorda com a decisão do governador. Padre Alexandre Fonseca, pároco de Novo Oriente, considera a medida irresponsável e faz uma conta simples para demonstrar que o custo benefício da ação da Cogerh não compensa: segundo a Companhia de Água e Esgoto do Ceará-Cagece, o consumo mensal de água na Zona Urbana de Crateús é de cerca de 220 mil metros cúbicos. De acordo com a Cogerh, a liberação de 7 milhões de metros cúbicos para o Carnaubal proveria Crateús de água até dezembro de 2013, ou seja, de todo o volume liberado, cerca de 83% seriam perdidos. O mesmo volume conduzido por adutora seria suficiente garantir o abastecimento de Crateús até 2015, segundo o pároco.
A caminhada pelas ruas de Novo Oriente reuniu dezenas de manifestantes. Ao final, seguiram para o açude Flor do Campo, onde ocuparam posto de apoio da Cogerh e permanecerão acampados diante das comportas do reservatório por tempo indeterminado, na tentativa de dissuadir o governador Cid Gomes da decisão de não construir adutora para a execução da transposição. Outra manifestação está agendada para amanhã (21), quando o governador deve visitar Novo Oriente. Crateuenses também participarão do protesto. A organização da manifestação pretende levar dezenas de crateuenses até a cidade vizinha.
Veja galeria de fotos da manifestação:
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