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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Prefeitura manobra para fechar sindicatos em Crateús

Dirigentes do Sindicato dos Servidores e Sindicato dos Professores podem ter liberações suspensas pela gestão municipal.

A administração municipal de Crateús descumpriu, mais uma vez, compromisso firmado na presença do Ministério Público (MP) e não enviou à Câmara Municipal de Crateús proposta que revoga a 'emenda Arimílson', conforme pactuado em audiência ocorrida no MP no último dia 28/05.  A referida emenda proíbe a liberação de servidores para entidades sindicais e foi aprovada em 10/01/13 numa conturbada sessão do Legislativo municipal.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores, Ricardo Cosmo Junior, Carlos Felipe pretende fechar os dois sindicatos - dos servidores e dos professores. A proposta da gestão é permitir a liberação de trabalhadores municipais apenas sem remuneração. Nestes termos, de acordo com o sindicalista, os sindicatos teriam de arcar com a remuneração dos representantes sindicais, que precisariam ainda licenciar-se do município para exercer suas atividades na entidade de classe.

Socorro Pires, presidente do Sindicato dos Professores, relatou que a alegação do prefeito para não ter enviado à Câmara de Vereadores a revogação da 'emenda Arimílson' seria a recusa dos vereadores aliados em votar contra a emenda.

Em reunião ocorrida na manhã de hoje (7), entre a gestão municipal e os dirigentes dos dois sindicatos, na sede das Promotorias em Crateús, prefeito Carlos Felipe teria afirmado que "desconhece o Sindicato dos Professores".

A reação dos sindicatos deve ser imediata e intensa. Assembleia geral conjunta será convocada na próxima semana para alertar os servidores municipais para a grave ameaça ao movimento sindical em Crateús e discutir com a categoria estratégias de resistência e enfrentamento.

Inúmeros sindicatos da região já manifestaram repúdio à atitude da gestão municipal de Crateús em cercear a atividade sindical de servidores. A presidente do Sindicato dos Servidores de Tamboril, Iracema Oliveira Sousa, afirmou que há no município lei que garante a liberação remunerada de três servidores. No município de Independência, Rosa Gonçalves informou que seis servidores são liberados, conforme lei municipal, que determina ainda a liberação de um servidor para representação sindical a cada 50 associados.

O município de Crateús é o único, em todo o Estado do Ceará (talvez do Brasil), que possui norma municipal que restringe a atividade sindical. No último dia 25/05, a plenária do 5o Congresso Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal-Confetam aprovou moção de apoio ao Sindicato dos Servidores e Sindicato dos Professores de Crateús contra a emenda Arimilson.
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