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sábado, 5 de outubro de 2013

Carlos Felipe chama vereadores que votaram contra o projeto da mudança de regime de demagogos e ataca sindicatos

Após amargar sua pior derrota política, Carlos Felipe faz o pronunciamento mais agressivo de sua gestão. Dardejando críticas severas contra opositores, diz que o presidente do Sindicato dos Servidores é manipulado, chama vereadores de demagogos e confirma que um dos objetivos do projeto da mudança de regime era gerar receita para a Prefeitura.

Carlos Felipe, prefeito de Crateús
Ontem (4), em seu primeiro pronunciamento após a derrota por 9 a 5 na Câmara de Vereadores, na votação do projeto da mudança de regime trabalhista dos servidores, ocorrida na quinta-feira (3), o prefeito Carlos Felipe criticou duramente seus opositores. Além de insinuar que Toré, Eva, Zé Humberto e os demais vereadores oposicionistas votaram por "demagogia e politicagem", o gestor afirma que o Sindicato dos Servidores se transformou no braço político do Psol e que o presidente da entidade, Ricardo Cosmo Jr., é "uma pessoa totalmente manipulada" e que todas as suas decisões "são teleguiadas". "Ele é simplesmente um instrumento", disse Carlos Felipe.

Ouça o pronunciamento do prefeito


As declarações de Carlos Felipe foram feitas em programa de rádio. Na avaliação do prefeito, "o ato de não aprovação foi um ato errado" e, desde quarta-feira (2), a gestão tinha conhecimento de que a matéria seria rejeitada. Mesmo assim, o projeto foi mantido em tramitação por ele acreditar na proposta."Tinha tido uma reunião com os sete vereadores, exceto o presidente, e todos os sete tinham dito que votariam, mas, faltando um dia ou dois dias, nós tomamos conhecimento e sabíamos que o projeto não seria aprovado". Carlos Felipe também considera que a votação foi importante para "saber quem confia na gestão". "Nós temos seis vereadores que realmente demonstraram preocupação com o município, demonstraram responsabilidade social futura com o município. Os outros votaram por politicagem e por demagogia", frisou.

De acordo com Carlos Felipe, Eva e Toré terão um "tratamento diferenciado" em relação aos demais vereadores da base, por não terem o mesmo comprometimento com a gestão que têm os demais vereadores aliados. Sem citar nomes, também considera que o vereador Zé Humberto, de saída do PCdoB, está sendo oportunista ao relacionar sua desfiliação ao movimento dos servidores. "Na verdade, tá saindo por outros motivos. É só procurar se informar que todo mundo sabe porque que ele tá saindo do PCdoB. É só perguntar à Amélia, a secretária de Educação, sobre a questão dos livros, é só perguntar ao setor de licitação. É só perguntar porque que tá saindo. Nós sabemos. Agora, o cara vai com conversa fiada", disse o prefeito.

O prefeito admite, ainda, que o objetivo principal do projeto era de fato reforçar o caixa da Prefeitura, a partir da economia resultante do fim do recolhimento ao FGTS de 8% da folha de pagamento do funcionalismo municipal. Para Carlos Felipe, "o município de Crateús perdeu R$ 500 mil", dinheiro que, segundo ele, poderia ser usado na perfuração de poços profundos ou no pagamento do transporte dos alunos do Ensino Médio.

Carlos Felipe também afirma, sem especificar como, que o servidor "trocou 20 por 8" e "não foi ler, não foi entender [o projeto]". Diz, ainda, que o servidor poderia ter plano de cargos e carreiras, caso a proposta tivesse sido aprovada. Mas, na Mensagem envida à Câmara, não constava um único artigo sequer que tratasse do tema.

O prefeito também declarou que é "inconstitucional liberar servidor". Todos os servidores liberados, como é o caso dos dirigentes sindicais, poderão ter de se apresentar à administração para serem lotados. "Não vamos mais poder manter liberação dentro do regime. A gente vai ter que chamar todos os servidores que se apresentem", destacou.

Carlos Felipe também saiu em defesa de seu motorista, Antônio Silva Freire, o Tony da Oficina, que se envolveu numa briga com os vereadores Alesson Coelho (PSDB) e Antônio Luiz Jr. (DEM), dentro da Câmara Municipal. Para o prefeito, Tony é a verdadeira vítima no caso, tendo sido agredido, segundo Carlos Felipe, por três vereadores. "O grande agredido ali foi o Tony", disse o prefeito, que ainda criticou a postura dos parlamentares.
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