Pelo placar de 9 a 5, Câmara de Vereadores enterra projeto da mudança de regime trabalhista dos servidores públicos municipais de Crateús. Município parou para assistir à votação, que resultou na pior derrota política de Carlos Felipe.
Um dia histórico para o município de Crateús. Nesta quinta-feira (3), a Câmara Municipal colocou em pauta proposta do Executivo que altera o regime jurídico de contratação dos servidores, de celetista para estatutário. A proposta, que tramitava na Câmara desde o dia 24/09, foi retirada de pauta na sessão passada, a pedido do líder do prefeito, vereador Cleber Bonfim (PT).
Nos últimos dias, as movimentações nos bastidores foram intensas. Tanto servidores como aliados do prefeito buscaram o apoio dos parlamentares para garantir o resultado favorável na deliberação.
Unidos contra a proposta, por considerá-la prejudicial aos trabalhadores, Sindicato dos Servidores e Sindicato dos Professores trabalharam arduamente para obter o apoio da opinião pública. A campanha nas redes sociais e nas rádios locais contra a proposta da mudança de regime foi marcante. Além da simpatia dos servidores, a causa defendida pelos sindicatos conquistou o apoiamento maciço da população crateuense.
Confira fotos da sessão:
No último sábado (28), em assembleia geral convocada conjuntamente pelos dois sindicatos, os servidores deliberaram a favor de paralisação geral nesta quinta-feira e realização de atos públicos contra a proposta da mudança de regime.
A adesão dos servidores à paralisação foi maciça. Na manhã de ontem (3), a categoria realizou assembleia geral, que contou com a presença registrada de pelo menos 260 trabalhadores. À tarde, a movimentação em frente à Câmara Municipal começou a partir das 16h00. Dezenas de trabalhadores permaneceram no local à espera do início da sessão.
Votação
Com plateia lotada e uma multidão do lado de fora da Câmara, a discussão do projeto começou acalorada...literalmente. O calor era quase insuportável. Acordo para tornar mais célere a sessão e diminuir o desconforto da plateia limitou as falas na tribuna, usada apenas pelos vereadores Cleber Bonfim e Conegundes Soares (DEM), além de Ricardo Cosmo Jr., presidente do Sindicato dos Servidores, e Socorro Pires, presidente do Sindicato dos Professores.
A matéria foi posta em discussão e todos os seis vereadores de oposição se manifestaram contra a proposta. Conegundes Soares, Arnaldo Minelvino e Antônio Luiz Jr, os três parlamentares do DEM, Alesson Coelho e Cabo Bonfim, do PSDB, e Bibi Apolônio (PMDB) mantiveram seu posicionamento favorável aos trabalhadores. O vereador Zé Humberto surpreendeu, ao afirmar que, não só votaria contra o projeto, mas também se desfiliará do PCdoB, partido do prefeito Carlos Felipe, hoje (4). O vereador Toré (PV) também declarou seu voto contra o projeto e disse não saber se continua na base governista.
Posta em votação, a proposta foi rejeitada por 9 a 5. Além de Toré, Eva (PSL) também votou a favor dos servidores, que comemoraram efusivamente. Esta é, sem qualquer dúvida, a pior derrota política do prefeito Carlos Felipe.
Assista aos instantes finais da votação:
Assista aos instantes finais da votação: