Gallery

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Adriana Calaça: corte de salário é crime contra a Humanidade

Fazer o hoje, sem olhar o ontem, pode condenar a construção!

Adriana Calaça - 15 de outubro de 2013 - Dia do Professor!

No dia de ontem soubemos da notificação da Secretária Amélia Gonçalves para apresentação de documentos que comprovassem pós-graduação, no prazo de cinco dias, dos professores que recebiam como pós-graduados e ainda não haviam apresentado o diploma.

No dia de hoje fomos à negociação com a Secretária de Educação Amélia Gonçalves para arguir sobre o prazo ínfimo, não razoável, para a providência do requerido documento, que uma vez solicitado, deve o profissional aguardar prazo estabelecido pela universidade. Sensível ao pleito arguido por este Sindicato, a Secretária considerou que não tinha interesse em retirar salários, mas tão somente de regularizar a situação, e assumiu que, antes de qualquer alteração na folha de pagamento, observaria caso a caso (conforme registro em Ata).

No dia de ontem, sem explicação, ela escolhe algumas pessoas para mostrar sua autoridade e a força de sua caneta. Sem nenhuma conversa, nem sinal de advertência, corta R$ 374,00 de nosso tão miúdo salário, de cujos reais sobrevivem todos os nossos dependentes. Os que dormiram ontem, pós-graduados, acordaram hoje graduados, com redução de salários e de progressão na carreira, ainda que estivessem só aguardando prazo requerido pela Universidade. 

No dia de hoje, o que nos restava era a indignação do peso da caneta, com R$ 374,00 a menos em nosso orçamento, junto à pergunta do porquê, se nem discordamos em providenciar o documento. Amanheceu amargo em nosso peito. Era o sofrer por tanto desrespeito e desconsideração, por tantas horas negociadas de graça, pela arrogância e intolerância da Secretária de Educação Amélia Gonçalves que nem esfriou o assento que ocupara como trabalhadora em chão de Escola e foi capaz de, em poucas centenas de dias, esquecer a realidade difícil de seus colegas de trabalho. Ainda no dia de hoje, nos restou a tarefa de usar também a caneta. Mas a tinta que carrega a nossa caneta tem força suficiente para colorir o arco-íris, para desenhar o orvalho da flor e remanejar o arbitrário para lá e para cá, como um bocado de comida a ser triturado no interior da boca do trabalhador, até alimentarmos as veias que nos move contra a injustiça e a opressão. Continuamos com nossa caneta, desenhando o orçamento: Tirar as frutas? O aluguel? Os remédios? O mercantil? A parcela da moto? A escola do filho? E você, tiraria o quê? É! Concordo com você! Melhor tirar a arrogância dos que pensam que tudo podem! Melhor tirar a coroa do rei e da rainha para torná-los súditos! Melhor derrubar a ordem que aniquila a humanidade! Melhor amanhecer adocicando os dias, exercitando a tolerância e o amor!

Para além da arrogância – a perseguição!

No dia de ontem, com R$ 374,00 a menos no orçamento e sem possibilidades de reiteração imediata desse valor ao salário, a não ser através da justiça, a única coisa que tínhamos a atirar era o verbo.

No dia de hoje, a Secretária de Educação fez-se ofendida, por achar mais violento o verbo do que o ato de subtração de nossos R$ 374,00 com destino ignorado, enquanto nossas contas pairam sobre a mesa com precisão exata. Não satisfeita, seguiu com sua caneta assinando ordens.

No dia de ontem, com o poder de sua caneta, a Secretária de Educação assinou ofício solicitando a Faculdade de Educação de Crateús – FAEC/UECE esclarecimentos sobre a carga horária de três professoras do município, cuja coincidência, uma é sindicalista e fez a pronuncia do verbo em emissora local. Ainda no dia de ontem, por motivo da vitória dos Servidores Públicos Municipais de Crateús, que derrotarem o projeto que propunha a Mudança de Regime de Trabalho, com o apoio de várias entidades e coletivos, inclusive o colegiado de Pedagogia da FAEC, a Secretaria mais brava e sedenta ficou. Em menos de uma semana de protocolo de documento na FAEC, a Secretária mantém ligações constantes à Faculdade, em busca de resposta do oficio com carga horária das professoras que trabalham turno da noite nesta Faculdade, alargando renda, de forma digna e leal, para alimentarem suas famílias, porque trabalhar é o que aprenderam.

No dia de hoje, as três professoras, dentre elas, a sindicalista Adriana Calaça, aguardam o comando da caneta, dos tripulantes da guerra fria que pairam sobre Crateús, com meta definida: fazer calar e curva-se aos pés do rei e das rainhas. Nos dias de hoje, como já não somos adeptos do “Jacarandá? Dá. Quando eu mandar? Vou. Se não for? Apanha.” Aprendemos com nossos reis e rainhas, majestosos por seus matulões à tira a colo, que não aceitaremos covardias tiranas de cortinas fechadas; que convidaremos agora nossa coletividade para acompanhar, denunciar e destruir os chicotes dos covardes, cuja revelação é permitida, apenas aos que tem medo e rabo preso. Nos dias de hoje, registramos ainda que ganhamos nosso dinheiro dignamente, bem suado, é verdade, mas honesto e limpo como o nascer de uma aurora disponível apenas aos que usam a tinta de suas canetas para colorir o arco-íris, desenhar orvalhos em pétalas de flor e semear amor para colher justiça e paz. 
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :

Postar um comentário